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Após necropsia, CPI quer aprofundar investigação sobre morte de cadela

Suspeito de ter maltratado cadela disse ter agido para apartar uma briga entre animais / Foto: Ellen Campanharo

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Uma situação que poderia ser evitada pelas partes. Essa é a compreensão que a presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura casos de maus-tratos contra animais, deputada Janete de Sá (PSB), expressou após reunião extraordinária nesta quarta-feira (12) para apurar as reais causas da morte da cadela de nome Linda no distrito TImbuí, município de Fundão, no dia 5 de março.

Fotos da reunião

Na oitiva, o colegiado coletou depoimentos tanto da tutora do animal, Carla Rocha Santos, quanto do vizinho, considerado o principal suspeito de ter cometido o crime. Também foi apresentado resultado de necropsia.

A responsável pelo buldogue francês relatou que na noite de quarta-feira de cinzas, ao chegar em sua propriedade e sentir falta de um dos seus cachorros, saiu à procura dele. No decorrer das buscas, ela e os filhos perceberam que Linda estaria na propriedade do vizinho que, assim como a dela, teria acesso a um lago. A tutora afirmou que o acusado teria pego o corpo da cachorra próximo à água e jogado aos seus pés, ameaçando a família “a cuidar melhor de seus animais”.

Já o acusado apresentou à CPI outra versão para a situação. Ele afirmou que não era a primeira vez que animais da mesma família chegavam soltos à sua propriedade, mesmo com uma outra unidade de 10 mil metros quadrados entre as duas chácaras. Explicou que a cadela Linda estaria envolvida em uma briga com um dos seus cachorros e que, ao tentar separar os dois com um objeto de cerâmica, teria dado alguns golpes no animal de sua propriedade que foi para dentro da água. O suspeito afirmou não ter agredido a buldogue, cujo corpo já sem vida teria sido entregue para a vizinha.

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Diante de duas versões sobre o contato, a CPI fez uma acareação entre os dois depoentes e ambos mantiveram suas versões: Carla Rocha Santos reafirmou que o vizinho jogou o corpo no chão; segundo o suspeito, ele entregou a cachorra em mãos.

Necropsia

Após ouvir todos os depoimentos, a deputada Janete de Sá apresentou o resultado da necropsia solicitada pela CPI à Perícia Científica do Estado. O laudo aponta que a cadela sofreu duas lesões com objetos contundentes, uma na cabeça do lado esquerdo e outra no lado direito do dorso – “o animal foi golpeado, não esbarrou, não bateu numa quina”, opinou Janete.

A perícia também apontou que o animal não teria água nos pulmões, descartando a hipótese de afogamento, ou qualquer marca pelo corpo que indicasse uma briga com outro cachorro.

Diante do resultado do exame, a deputada decidiu remeter o caso para a delegacia de Fundão, responsável pela investigação unificada da ocorrência, solicitando um aprofundamento na análise dos fatos.

“Fica evidenciado que houve uma situação em que o poder da força do senhor pode ter determinado o desfecho desta situação. Se tivesse continuado só uma briga dos cachorros, poderia não ter”, disse Janete ao depoente.

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Intolerância

A deputada lamentou o caso apurado, por considerar a situação totalmente evitável.

“Tem a família que perde o animalzinho, mas é preciso entender que nem todo mundo tem a tolerância que quem gosta muito de animal tem (…). Nada justifica, ainda que fosse um animal agressivo que viesse, para se defender, você teria que tomar todas as medidas possíveis como jogar água, jogar toalha para poder abafar o ataque do animal, tantas outras que não são letais ou tão agressivas a ponto de causar, de ter uma situação que de fato culmina na morte do animal”, refletiu a parlamentar.

“Tudo isso podia ser evitado, podia ser evitado também se o senhor fosse mais generoso com os animais, mais tolerante, e se for o caso, ter denunciado. Também tem os mecanismos de denunciar à polícia se animais estão invadindo o seu quintal”, lembrou.
Para Janete de Sá, o caso ilustra uma sociedade cada vez mais intolerante, tendo entre as consequências animais perdendo a vida, uma família enlutada e um cidadão com nenhuma ficha criminal em um banco de delegacia ou de uma CPI.

A mesa da reunião contou com a presença da conselheira efetiva do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-ES), Tatiana Sacchi, que preside a Comissão Técnica de Pequenos Animais do conselho. Também fez parte da mesa o secretário municipal de Meio Ambiente de Fundão, Jefferson Oliveira.

Fonte: POLÍTICA ES

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